Estima-se atualmente que no Brasil, 6 a 7 milhões sofram de endometriose.
A endometriose é a presença do tecido que reveste internamente o útero, chamado endométrio, fora da cavidade uterina. Muito frequente, acomete de 10 a 15% das mulheres em idade reprodutiva, e aproximadamente de 35 a 50% das inférteis.
Doença ginecológica mais investigada nos dias de hoje, recebeu o título de "doença da mulher moderna", em uma referência ao comportamento feminino atual, caracterizado por mulheres que engravidam com idade avançada, têm menos filhos e estão submetidas a altos níveis de estresse por conta de suas atividades habituais. Essa postura propicia mais tempo de exposição do organismo ao estrógeno (já que menstrua mais vezes) e regressão contínua de suas defesas, por conta do estresse.
Representa uma doença progressiva e muito agressiva quando não tratada adequadamente.
A maioria dos focos de endometriose estão na cavidade pélvica, podendo acometer:
‣ Ovários: cistos também conhecidos como endometriomas;
‣ Peritônio (tecido que recobre os órgãos);
‣ Tubas Uterinas;
‣ Intestino ou regiões próximas a ele, como ligamentos localizados atrás do útero (útero-sacros), atrás do colo uterino (região retrocervical) ou septo reto-vaginal (entre o intestino e a vagina);
‣ Vias urinárias: bexiga, ureteres e rim (mais raro).
Outros locais menos frequentes: Apêndice, Diafragma, Cicatrizes de cirurgias anteriores, principalmente cesáreas, Pulmões, Cérebro, Nervos e Septo Nasal.
Diversas teorias foram propostas para explicar a causa, mas nenhuma conseguiu esclarecer totalmente a origem da doença. Por isso, acredita-se que haja associação de vários fatores causais, tais como genético, ambiental, autoimune, etc.
Todo mês, assim como o endométrio tópico - aquele localizado dentro do útero -, os focos de endometriose são estimulados pelo estrogênio a se desenvolver e, consequentemente, a aumentar. Assim, na época da menstruação, os focos estimulados sangrarão e ocasionarão uma inflamação acentuada no local acometido, que culminará nos sintomas:
‣ Cólica menstrual;
‣ Dor contínua, independente da menstruação;
‣ Dor na relação sexual, especialmente no fundo da vagina;
‣ Alterações no intestino na época da menstruação: diarreia, intestino preso, sangramento anal;
‣ Alterações na bexiga e vias urinárias na época da menstruação: dor ao urinar, sangramento na urina;
‣ Infertilidade.