Parto Normal, Parto Natural, Parto Humanizado
O Ministério da Saúde publicou recentemente uma resolução com novas regras para estimular o parto normal. Dados mostram que o índice de cesáreas é de 84,6% nos hospitais brasileiros. O percentual está bem acima dos 15% recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A medida do governo visa reduzir esse índice e conscientizar melhor a população sobre as vantagens e riscos de cada tipo de parto.
Porém, muitas dúvidas ainda cercam a cabeça de mulheres que planejam o parto normal.
O que é o parto normal padronizado?
O parto normal padronizado é aquele que todas conhecemos: a mulher participa pouco em todo o trabalho de parto. Limita-se a permanecer deitada, muitas vezes em absoluto jejum, até o momento do parto. As contrações são potencializadas através de soro com medicamentos. No nascimento, fica na posição clássica: deitada com as pernas para cima. É feito um corte no períneo para facilitar a saída do bebê. O cordão umbilical é cortado imediatamente, o bebê é mostrado para a mãe e levado pelo pediatra para uma série de exames e intervenções, como a aspiração das vias aéreas superiores e a aplicação de colírio de nitrato de prata. Em algumas maternidades, o bebê só entra em contato físico com a mãe no quarto, às vezes horas depois.
O que é o parto natural?
O parto humanizado é fruto do desejo de retornar ao simples, ao natural, ao fisiológico.
A mãe participa ativamente, é incentivada a se informar e fazer suas próprias escolhas. Seus desejos são acolhidos e respeitados.
O início do trabalho de parto costuma ser espontâneo. A duração respeita o ritmo natural do nascimento, que varia muito de um parto para o outro, chegando às vezes até 12, 14 horas de duração! Em um ambiente de respeito e privacidade, a mulher tem liberdade para escolher e alternar posições. Pode sentar na bola de parto, deitar na banheira, ficar de quatro sobre cama, acocorar-se nas contrações. A gestante é incentivada a dar preferência a métodos naturais de alívio da dor, como massagens e banhos mornos. Quando a mulher decide pela anestesia é realizado um alívio medicamentoso pelo anestesista, que tira a dor, mas permanecem os movimentos. Os procedimentos de rompimento da bolsa e corte no períneo são realizados somente se necessários.
O bebê é enxugado e coberto com panos macios, no colo da mãe, num contato pele a pele. São oferecidas todas as condições para que ocorra a amamentação na primeira hora de vida. A aspiração é feita apenas se for realmente necessário. O cordão é cortado só depois que para de pulsar.
Lembrando que o parto deve acontecer em condições de absoluta segurança. A gestante e o bebê precisam estar bem. O trabalho de parto deve ser conduzido por equipe experiente e motivada.